
O racismo é, ao mesmo tempo, um assunto antigo e contemporâneo
e, no Brasil, ele é muito velado. Eu demorei a entender que era negra (os
pardos entram no grupo dos negros), vítima de racismo e machismo. Às vezes, eu
percebia que, por qualquer pretexto, as pessoas “pegavam pesado” comigo. Mas
sabe como é? Os meus cabelos lisos enganavam até a mim mesma.
Era uns comentários e perguntas sem contexto e
agressivos com a minha presença:
“Onde está a sua mãe?”
“Eles olharam a sua foto e não quiseram olhar mais
o seu currículo! ”
“A gente faz a comida e você lava as vasilhas.”
“Antigamente, nas universidades públicas aparecia
gente bonita. Hoje em dia... argh!”
“Se você não passou em nenhum concurso público é
porque não tem fé!”

“Meu namorado cismou com aquela atriz da novela?
Qual?
Aquela do cabelo assim (Sheron Menezes). Morre de nojo
dela.”

E as pessoas acham que não ser racista é estar na
companhia de gente escura ou transar com mulatas.
Desejo que um dia possam conhecer o Museu do
Mineirão. Só faltou os pés da jogadora Marta!
Tchau,
Carla
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